Os nomes dos envolvidos e o bairro de residência não estão sendo divulgados para preservar a identidade da criança, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Segundo o Boletim de Ocorrência (BO), a Polícia Militar foi acionada pela equipe médica da unidade hospitalar para checar informações sobre uma criança com sinais de espancamento e abuso sexual.
A médica que examinou a vítima relatou para os policiais que verificou sinais de abuso sexual na região anal da vítima, e que, além da região íntima, a criança também apresentava hematoma por diversas partes do corpo, como pescoço e braço.
Os policiais questionaram o jovem que levou a criança à unidade sobre o que teria acontecido. O suspeito informou que o menino apresentou febre durante o dia e que ele havia medicado a criança com 10 gotas de dipirona, mas que a vítima veio a convulsionar e desmaiar. Posteriormente, o suspeito assumiu ter agredido a criança com tapas e socos apenas quando soube, pelos policiais, que os hematomas eram visíveis, mas negou o abuso sexual. O jovem teve o aparelho celular solicitado, mas informou não ter nada de ilícito. Disse à polícia que o aparelho teria passado por uma limpeza há dois dias e por isso estava sem registros de dados. O suspeito contou aos policiais que, na casa onde morava com o tio da vítima, também viviam duas adolescentes, de 16 e 14 anos, e outra criança de 5 anos, irmã do menino de 3 anos.
Uma equipe da Polícia Militar foi até a residência e fez contato com as menores, que relataram que, na tarde desta quarta-feira (5), o suspeito passou horas no quarto com a vítima.
De acordo com as jovens, a única permitida a entrar no quarto em alguns momentos era a menina de 5 anos.
Quando perguntadas sobre possíveis abusos ou agressões, as duas afirmaram que o suspeito já tinha batido na vítima outras vezes, e também disseram que o jovem se trancava no quarto com a vítima com frequência.
Polícia encontra indicativo de que o suspeito gravava vídeos
No quarto em que o jovem de 18 anos ficou com a criança de 3, os policiais encontraram um colchão no chão com fluidos corporais, fezes, ventiladores apontando para o colchão, um notebook e um tripé com indicativo de que o suspeito gravava vídeos pessoais para publicar na internet.
Diante desse cenário, a Polícia Científica foi acionada, e, no local, os peritos indicaram que havia indícios de estupro, confirmando a suspeita já levantada para equipe médica.Tio da vítima também foi preso.
Os policiais constataram que uma das adolescentes teria ligado para o tio, por volta das 20h, avisando que o menino teria sido levado para o PA de Alto Lage, mas o homem informou que estaria na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Ele também não apareceu na residência enquanto os militares estavam no local.Apenas por volta das 23h30, a equipe do PA ligou e informou aos policiais que o tio chegou à unidade pedindo informações sobre o sobrinho.
Mais uma vez os policiais foram ao local. O tio informou à equipe não ter ciência de abusos anteriores, contudo, também de acordo com o registro no BO,“não esboçou qualquer reação em relação ao fato de ter seu sobrinho vitimado.
O tio também foi conduzido à delegacia, como suspeito de coparticipação, para esclarecimento dos fatos, e teve o celular apreendido.
A Polícia Civil informou que os dois suspeitos, de 18 e 21 anos, foram conduzidos à Delegacia Regional de Cariacica, autuados em flagrante por homicídio e estupro de vulnerável. Após os procedimentos de praxe, eles foram encaminhados ao sistema prisional.
Contra o suspeito também foi descoberto um mandado de busca e apreensão, mas não foram divulgadas informações sobre o que caso o documento estaria relacionado.
O corpo da criança foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), da Polícia Científica, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares.
O que diz a prefeitura.
A Secretaria de Saúde de Cariacica informou, por meio do Instituto de Excelência em Saúde Pública (IESP), que administra o PA do Trevo de Alto Lage, que a criança de 3 anos deu entrada no PA do Trevo na última quarta-feira (5), acompanhada do suposto cuidador, sem sinais vitais. Diante de indícios que levantaram suspeitas de possível morte violenta, a instituição de saúde seguiu todos os protocolos de atendimento e notificou imediatamente as autoridades competentes para a condução das devidas investigações.
O Instituto reitera o compromisso com a proteção da saúde e a vida dos pacientes, colaborando integralmente com as investigações para o esclarecimento dos fatos.
Destaca ainda que, em respeito à privacidade e à legislação vigente, não serão divulgados detalhes adicionais sobre o caso."
Fonte da Pesquisa: https://g1.globo.com/
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